Todo bebê já nasce se expressando e se comunicando. Porém, a comunicação através da fala vai acontecendo aos poucos de acordo com o amadurecimento cerebral. Bebês por volta dos 4 meses já começam a descobrir que podem emitir diferentes sons além do choro. Eles balbuciam, gritam, dão gargalhadas e começam a descobrir sua própria voz.
A partir de 6 meses, o bebê tem a capacidade de observar atentamente e imitar outro ser humano. É ouvindo e observando a movimentação dos lábios do adulto, ou de uma criança mais velha, que o bebê começa a tentar imitar alguns fonemas. Por volta dos 9 meses, ele já emite sílabas. A inteiração com outra pessoa é muito importante neste momento, pois quando o bebê finalmente consegue falar “mama” e a pessoa que ouve, sorri e vibra positivamente, ele registra este fonema como algo positivo e que ele deva repetir. Um vídeo na TV ou tablet também emite palavras, mas não interage com o bebê. Telas nesta idade são prejudiciais por vários motivos (e isso é assunto para outro post). Ler para a criança também é um ótimo estímulo, porque ele vê a figura, ouve as frases e observa a movimentação da boca do contador da história. Assim, ela liga imagem e som.
Depois dos 6 meses, o contato olho no olho com outro ser humano é imprescindível e insubstituível para o bom desenvolvimento neuro-psico-motor do bebê. Eles observam atentamente a movimentação da boca da outra pessoa e também a reação dela aos fonemas que eles emitem. Essa construção se faz ao longo do segundo semestre de vida de modo que, aos 12 meses, a criança já seja capaz de emitir palavras com significado, como “mama”, “papa”, “aga”, “au-au”, “bóa”. Ela consegue se fazer entender com palavras que os pais, irmãos e cuidadores conseguem reconhecer. Já a partir dos 2 anos ela já deve ser capaz de construir pequenas frases (exemplos: “qué papá”; “olha o au-au”), mesmo que com sílabas trocadas ou faltando consoantes.
Aos 3 anos de idade a criança já deve ser capaz de ser compreendida por uma pessoa fora do seu convívio diário. E, aos cinco anos já deve pronunciar corretamente todas as palavras, além de fazer construções gramaticais complexas como contar histórias, por exemplo.
Em caso de algum atraso no desenvolvimento da linguagem, a criança deve ser avaliada por um pediatra para identificar se há algum motivo físico (como déficit de audição ou visão), ou cognitivo (alterações neurológicas ou até mesmo psicológicas). O estímulo adequado e carinhoso é sempre bem-vindo. Mas, em excesso e feito de forma impositiva, ou até mesmo agressiva, pode ser muito prejudicial ao desenvolvimento da criança. Tudo que ela necessita para um bom desenvolvimento da linguagem (e de tudo em sua vida), é amor, carinho, atenção e cuidado.